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Pinturas nos muros do país indicam insatisfação dos manifestantes com GP de F-1 (Foto: AFP)

Pinturas nos muros do país indicam insatisfação dos manifestantes com GP de F-1 (Foto: AFP)
Em comunicado oficial, a Anistia Internacional condenou a realização do GP do Bahrein de Fórmula 1, programado para os dias 20, 21 e 22 de abril. A organização de direitos humanos fez duras críticas ao governo local e afirmou que as autoridades buscam passar uma imagem de segurança, enquanto agem com violência na repressão aos protestos na região.
- Nos últimos meses, as autoridades do Bahrein estão mais preocupados em reconstruir a imagem e investir em relações públicas do que efetivamente introduzir direitos humanos e reformas políticas no país. De fato, para as autoridades, muito está em jogo. Eles estão ansiosos para retratar o Bahrein como um país estável e seguro, a fim de evitar críticas internacionais. Mas enquanto o país se prepara para sediar o GP de F-1, após o evento ser cancelado no ano passado, diariamente protestos antigoverno são violentamente reprimidos pela polícia de forma imprudente, com gás lacrimogêneo e resultados fatais. Atos de violência por parte de manifestantes contra polícia também têm aumentado consideravelmente nos últimos três meses - disse o comunicado.
Após semanas de especulações sobre um possível cancelamento, a prova foi confirmada pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e por Bernie Eccelestone, chefe comercial da F-1, nesta sexta-feira. Em nota oficial, a FIA declarou ter garantias de segurança para todos os envolvidos com a categoria durante o evento e afirmou ter tomado a decisão com base em informações dos representantes da região. Para a Anistia Internacional a situação do país não é melhor que em 2011, quando a prova foi cancelada em razão da instabilidade política na região.
- Apesar das afirmações contrárias das autoridades, a violência contra aqueles que se opõe às regras da família Al Khalifa continua e, em prática, pouca coisa mudou no país desde a brutal repressão a manifestantes em fevereiro e março de 2011. Realizar o GP do Bahrein corre o risco de ser interpretado pelo governo como simbolismo do retorno aos negócios de sempre. A comunidade internacional não deve fechar os olhos para a crise progressiva dos direitos humanos no país – declarou a entidade.
A instabilidade política e os conflitos na região têm se intensificado nos últimos meses. De maioria xiita, o Bahrein é governado pelo Rei Hamad, pertencente à dinastia sunita. Os manifestantes pleiteiam reformas democráticas, a queda do governo e condenam a disputa do GP de F-1 enquanto os conflitos não cessarem. A repressão contra os protestos é violenta, com denúncias de mortes e de violação de direitos humanos. Dizeres como "Parem de correr sobre nosso sangue" em pinturas nos muros e mensagens na internet, representam a insatisfação dos manifestantes com a realização da prova.
Em 2011, o país passava por situação semelhante a atual. A prova barenita foi primeiramente adiada pela própria organização local e, em seguida, cancelada.
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