
Brittney Reese confiante em vencer a brasileira Maurren Maggi em Londres (Foto: Reuters)
Atual campeã mundial de salto em distância, Brittney Reese tem pela frente uma concorrente de peso nas Olimpíadas de Londres: a brasileira Maurren Maggi. Mas quem pensa que a americana pode se assustar com o ouro da paulista conquistado nos Jogos de Pequim está muito enganado. Reese deixa a rivalidade de lado e destaca o potencial da adversária
- Ela é uma grande mulher. Eu a admiro. Depois de tudo o que ela passou, conquistar uma medalha de ouro é muito impressionante! Ela é uma competidora, gosta de competir, de envolver o público. Eu a admiro nesse ponto, porque também gosto de envolver o público. Quando se consegue envolver o público, todo mundo consegue grandes saltos. Ela é uma grande inspiração, uma grande atleta. Continuar competindo com a idade que tem. Você vê que pode ganhar com qualquer idade, não importa - disse a americana em entrevista exclusiva ao "SporTV Repórter".
Maurren ficou cerca três anos parada. Em 2003, às vésperas do Pan-Americano de Santo Domingo, foi pega no exame antidoping, com resultado positivo para clostebol, componente de uma pomada cicatrizante. Fora do Pan e das Olimpíadas de Atenas-2004, ela foi suspensa foi por dois anos e decidiu abandonar o atletismo. Após o nascimento da filha Sophia, resolveu voltar a competir no ínicio de 2006. Em 2008, nos Jogos de Pequim, foi a primeira brasileira a conquistar uma medalha de ouro em um esporte individual.
Apesar da história de sucesso da concorrente, Reese esbanja confiança e se diz pronta para encarar Maurren.
- Eu me sinto muito bem. Como se pudesse chegar lá e ganhar agora mesmo. Mas sei que tenho que me preparar muito, preciso correr mais, trabalhar a aterrissagem. Um dia depois do outro. Tenho que me manter focada e não botar muita pressão em mim mesma, porque sei que vou para as Olimpíadas como a mulher a ser batida. Mas nas Olimpíadas, no salto em distância, tudo se resume a um salto.
Do basquete para o salto em distância
Com 21 anos, a atleta participou pela primeira vez das Olimpíadas em 2008. Reese se dedicava ao salto em distância há apenas um ano. Atualmente, é uma das favoritas à medalha de ouro em Londres. A americana ainda não tinha contrato profissional quando se tornou campeã do mundo, no Estádio Olímpico de Berlim. Desde então, ninguém mais foi capaz de pará-la. Brittney tem conquistado um título mundial por ano: em 2010, em Doha, no Catar, e em 2011, em Daegu, na Coreia do Sul.
Há cinco anos, Brittney ainda acreditava que seu futuro seria o basquete. Mas o programa avançado de treinamento na Universidade do Mississipi mostrou que o caminho do sucesso levava até uma caixa de areia.
- Quando era mais nova, só pensava em basquete. Usava o atletismo como uma forma de me manter em forma para o basquete. Foi a principal razão. Mas comecei a ficar boa nisso e ainda assim não conhecia os atletas.
Em menos de dois anos de dedicação ao atletismo, a americana superou a marca dos sete metros, em 2009, em Belém do Pará. Com o resultado obtido no Brasil, ela se tornou a terceira maior saltadora (7,06m) da história dos Estados Unidos, depois de Marion Jones e Jackie Joyner.
Em 2011, Reese fez o melhor salto da temporada: 7,19m. A 33 centímetros do recorde mundial estabelecido há 23 anos pela soviética Galina Chistyakova (7,52m). A americana está confiante na possibilidade de superar a marca.
- Acho que todas as marcas são alcancáveis. Penso que naquele dia, tudo tem que estar perfeito. A decolagem perfeita, a aterrissagem perfeita. Não vai ser fácil, porque ninguém conseguiu em um longo período. Mas penso que posso quebrar o recorde americano. O recorde mundial tem que vir depois. Penso que 7,30m, 7,40m são plenamente alcançáveis. Mas sei que vai me levar tempo.
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