Para que Kaio Márcio perca a vaga, outros dois atletas têm que bater seus índices em apenas três seletivas (Foto: Satiro Sodré / Agif)
Faltam seis meses para as Olimpíadas e apesar do curto espaço de tempo para o início da competição, nenhum paraibano conseguiu ainda conquistar a vaga para os Jogos, que neste ano será realizado em Londres. Até o momento, apenas o nadador Kaio Márcio deve ir para a capital inglesa. Outros quatro atletas ainda lutam pela vaga, mas com chances bem remotas.
Isto significa que, em relação às últimas Olimpíadas, em Pequim, a delegação paraibana que vai representar o Brasil pode diminuir consideravelmente. Em 2008, a Paraíba levou três atletas (Kaio Márcio, Aline Pará e Edinanci Silva) e ainda a dupla de vôlei de praia Jorge e Renatão, mas que jogaram pela Seleção da Geórgia. Estes ainda têm chances de novamente defender o mesmo país em Londres.
Em uma reportagem feita em agosto do ano passado, o globoesporte.com/PB listou 12 atletas que poderiam aparecer no cenário olímpico representando o Brasil nos próximos anos. Deles, 10 tinham, embora que em níveis diferentes de possibilidades, condições de já participar das Olimpíadas de Londres. A realidade, no entanto, mudou muito para boa parte desses paraibanos.
Aline Pará não vem sendo convocada para seleção
desde que sofreu uma lesão no ombro, em 2010
(Foto: Divulgação)
A jogadora de handebol, Aline Pará, que atualmente joga pela equipe catarinense do AD Blumenau, queria ir para a terceira Olimpíada de sua vida. Mas não deve ser dessa vez. É que ela não vem treinando com a Seleção há mais de um ano, desde que sofreu, em 2010, uma grave contusão no ombro que a afastou das quadras por sete meses. Ao se recuperar, ela disse à reportagem que ir aos Jogos era sua meta, mas que estava ciente da dificuldade que seria reconquistar sua vaga.
De acordo com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), os atletas de esportes coletivos participam dos Jogos através de convocação e que depende de cada Confederação definir uma data limite para que isto seja feita, não devendo passar de junho. O técnico da seleção brasileira de handebol feminino Morten Soubak, no entanto, deve manter mais ou menos a mesma base da equipe que conseguiu a classificação nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em outubro do ano passado.
Bruna Brunnett sonha em participar das Olimpíadas
do Rio, em 2016 (Foto: Renata Vasconcellos)
Outra atleta que também está fora de Londres é Bruna Brunnett, dos saltos ornamentais. Com apenas 19 anos, ela conseguiu a difícil classificação para Guadalajara, mas teve um tímido desempenho. A competição dava o direito de participar de Londres apenas a primeira colocada das provas de 3m e plataforma de 10m. Inexperiente, Bruna sonha em participar das Olimpíadas de 2016, que será realizada no Rio de Janeiro.
No judô, Amanda Cavalcanti, que tinha chances remotas em agosto, agora não tem mais nem motivo para pensar em 2012. É que atualmente ela ocupa a 84ª posição no Ranking Mundial, com apenas 40 pontos. Para as Olimpíadas, apenas as catorze mais bem colocadas garantem vaga. Este ano ainda terão três competições (Grand Prix, na Alemanha; Copa do Mundo, na Polônia, e o Pan-Americano, no Canadá) que somarão pontos para os Jogos. Amanda, no entanto, não conseguiu nem se classificar para esses circuitos.
Os jogadores de vôlei de praia, Álvaro e Vitor Felipe, mesmo se destacando nas últimas competições que vem participando, não conseguiram se comparar em números de pontos às três duplas brasileiras que estão mais bem posicionadas no Ranking Mundial (Alison/Emanuel, Ricardo/Pedro Cunha e Márcio/Pedro Solberg). Estes seis acabaram sendo pré-selecionados pela Confederação Brasileira de Vôlei e quatro deles vão para os Jogos Olímpicos.
Ricardo e Pedro Cunha não são paraibanos, mas moram e treinam em João Pessoa (Foto: Divulgação / CBV)
Ricardo e Pedro Cunha, inclusive, não são paraibanos, mas moram e treinam em João Pessoa. Ricardo, radicado há mais de 10 anos na cidade, disse que está muito confiante em ser convocado e acredita que a CBV deverá respeitar as duplas originais na hora da convocação.
- Minha equipe está vencendo. Se for pelos resultados, nós estamos indo muito bem. Estou bem confiante na minha ida - declarou.
Ainda no vôlei de praia, os paraibanos Jorge e Renatão também devem ir à Londres, mas não defendendo as cores do Brasil. Como são a única dupla da Georgia, só dependerão de si para conseguir a pontuação suficiente para a classificação. De acordo com Renatão, eles só estão a 660 pontos da vaga e ainda têm sete torneios para conquistá-los.
- Acredito que só depende da gente. Se fizermos uma boa temporada, conseguiremos a vaga. A expectativa é a melhor e por isso queremos conseguir a classificação o mais rápido possível. Quanto mais cedo melhor, porque aí teremos mais tempo para se dedicar às Olimpíadas – disse.
Kaio Marcio é a esperança paraibana de medalhas
em Londres
(Foto: Satiro Sodré / Divulgação Agif)
Dos paraibanos que podem ir representando Brasil, o que tem mais chances e provavelmente estará em Londres é o nadador Kaio Márcio. Ele, inclusive, já tem índice suficiente nas duas provas que compete, os 100m e 200m borboleta. Segundo a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), nos Jogos desse ano, o Brasil será representado por dois atletas em cada prova.
Até o momento, Kaio é o único nadador que conseguiu índice nos 100m, com 52s11, feito no Maria Lenk, em 2011. Nos 200m, prova que é sua especialidade, ele tem o melhor tempo (1m55s22), seguido por Leonardo de Deus, com 1m55s55. Isso significa que Kaio só perderá a vaga se outros dois atletas superarem sua marca. Ainda assim, a CBDA ainda não confirmou sua classificação. Isso porque ainda terão três seletivas até que as vagas sejam definidas.
No atletismo, a Paraíba tem duas chances para mandar representantes. Mas até agora nenhum atleta conseguiu alcançar o índice nas provas de 400m com barreiras e arremesso de disco. Bom para Jailma Sales e Andressa Oliveira que, respectivamente, concorrem às vagas. Para a conquista do índice, as duas terão, pelo menos, seis oportunidades: cinco GP’s e o Troféu Brasil.
Ciclista Kléber Ramos ainda tem esperanças de
ser convocado para a seleção brasileira
(Foto: Divulgação)
No ciclismo e no Pentatlo, as chances dos paraibanos são bem remotas, mas não nulas. Ainda assim, o ciclista Kléber Ramos, que atualmente defende a equipe Padaria Real Sorocaba, não perdeu a esperança. É que, segundo a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), o Brasil levará três atletas que serão convocados para a prova de Estrada, a que Kléber compete. No entanto, duas dessas vagas devem ser preenchidas por Murilo Fisher e Rafael Andriato, pelo grau de superioridade que esses atletas vêm apresentando ao longo das provas. Mesmo assim, a CBC diz que não tem nada ainda definido e que a convocação deverá ser feita em maio.
- Estou indo agora em março participar do Pan-Americano de Mar Del Plata, na Argentina. Espero ter um bom desempenho para ser lembrado pelo técnico da seleção (Hernandes Quadri Júnior) na hora da convocação – disse.
A pior situação, no entanto, é no Pentatlo. Larissa Lellys é a paraibana com mais condições de lutar pela vaga, mas neste momento ela ainda não tem pontuação suficiente para a classificação. Em uma das vagas, o Brasil já garantiu Yane Marques (que conquistou sua vaga no Pan de Guadalajara, por ser a melhor atleta sul-americana na competição. A outra vaga deverá ser definida nas duas últimas qualificações (Copa do Mundo e Mundial Sênior), mas de acordo com a Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPM), Priscila Oliveira é a atleta com mais chances de completar a equipe feminina da modalidade.
Larissa Lellys tem chances quase nulas de representar o Brasil nas Olimpíadas de Londres (Foto: Divulgação)
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