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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Defensoria Pública critica ação da PM na Cracolândia

A Defensoria Pública de São Paulo criticou em audiência realizada na tarde desta quarta-feira (11), na Câmara Municipal, a ação policial que acontece há mais de uma semana na Cracolândia, no Centro da capital paulista. O defensor Carlos Weis, que acompanha a ação na região, disse enxergar um “descompasso” nas ações policial e de assistência social e de saúde na região.
“Estamos com cinco defensores públicos mais estagiários na Cracolândia desde quarta-feira passada, e posso contar nos dedos de uma mão quantos agentes municipais de saúde, assistência social e psicologia vimos.” Weis afirmou que a Defensoria oficiou as secretarias de Saúde e Assistência Social para saber quais são os procedimentos adotados.

O defensor criticou também a forma como a PM vem atuando na região. Ele afirmou que os dependentes são pessoas pobres e desarmadas e que não há sentido usar balas de borracha e bombas de gás. “Isso ultrapassa o limite do razoável.”
A defensora pública Daniela Cembranelli se reuniu na terça com a secretária da Justiça de São Paulo, Eloisa Arruda, para pedir que a PM altere sua política no local.
A própria PM e a Prefeitura de São Paulo informaram em coletiva na semana passada que a estratégia é primeiro coibir o tráfico e forçar os usuários de desistirem da droga pela “dor e pelo sofrimento”. Apenas em fevereiro está prevista a inauguração de um centro de saúde e atendimento aos dependentes na Rua Prates, próximo à Cracolândia.
A audiência na Câmara Municipal contou com a presença de vereadores e deputados estaduais das comissões de direitos humanos. Boa parte deles faz parte de partidos de oposição.
O padre Julio Lancelotti, coordenador da Pastoral dos Moradores de Rua, considerou que os direitos básicos do cidadão não estão sendo respeitados e pediu o cancelamento imediato da operação.
Proibição
Mais cedo, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, confirmou a proibição do uso de balas de borracha e bombas de efeito moral pelos policiais militares que atuam na Ação Integrada Centro Legal, na região da Cracolândia. Na terça (10), o governo dobrou o número de policiais que atuam na região. A operação começou no dia 3 de janeiro. Segundo Alckmin a medida foi tomada por precaução.
“São medidas de prudência, de cautela, a polícia é provocada também, 24 horas, e ela tem que ter treinamento, competência para poder trabalhar todas essas questões”, afirmou ele nesta manhã. “Nós temos que trabalhar pela questão social, saúde e segurança. Você tem que fazer abordagem, você não pode permitir o tráfico, tem que prender criminoso, fugitivo, pessoas violentas, traficantes. Esse é o dever da polícia. E a polícia está preparada e vai ficar na região.”
Já Kassab minimizou o fato de a operação policial deflagrada na Cracolândia não ter aguardado a inauguração de um equipamento da administração municipal na Rua Prates, que deve encaminhar dependentes a um acompanhamento especializado. “São coisas distintas: uma coisa são os equipamentos de saúde, sociais, que são responsáveis pelo tratamento das pessoas no campo da saúde. Outra questão é a ação da polícia”, disse.

Áreas do Centro de SP sob atenção contra crack -  Cracolândia (Foto: Editoria de Arte/ G1)

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