Torcida acompanha treinamento do Horizonte
(Foto: Daniel Romeu / Globoesporte.com)
A cidade de Horizonte-CE, a 40 km da capital Fortaleza, está em festa para receber o Palmeiras. A diretoria do clube e a Prefeitura dão os últimos retoques no estádio Domingão, palco da partida, e comemoram a sorte grande nos últimos anos: só a chance de enfrentar o Verdão na segunda fase da Copa do Brasil é vista como um “espetáculo” de presente à população e uma chance de expandir o nome do time pelo país. Como define o próprio prefeito de Horizonte, Manoel Gomes de Farias Neto, o Nezinho: é a prova de que um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar.
Isso porque, no ano passado, o clube ganhou projeção nacional depois de enfrentar o Flamengo nas oitavas de final da competição nacional. Mais que isso: apesar da derrota por 3 a 0 no jogo de volta, no Domingão, o time segurou empate em 1 a 1 no Rio de Janeiro e comemora o resultado até hoje. Com mais um dos grandes brasileiros pela frente, o resultado e a renda do jogo pouco importam. Por isso, o clube nem cogitou mudar a partida para Fortaleza no Estádio Presidente Vargas, segundo maior da capital – o Castelão está em reformas para a Copa de 2014.
- Não é só um jogo, é um momento histórico para o Município. Levar o jogo para o PV seria um crime para o povo horizontino. Nosso orgulho hoje é jogar contra o Palmeiras, e em Horizonte. Jogamos com o Flamengo, ouvimos gozações. Falaram para levarmos um saco para guardar os gols no Rio de Janeiro... Fomos ao Engenhão com humildade e empatamos por 1 a 1. Para nós, foi excelente. Perdemos aqui, mas perder para o Flamengo é normal – afirmou Nezinho.
O prefeito, inclusive, tem investido no esporte da cidade. Desde a profissionalização do Horizonte, em 2004, a Prefeitura é a principal patrocinadora do clube e colhe os frutos – como o título da Segunda Divisão Cearense de 2007. Neste ano, a equipe faz campanha regular no estadual e é a terceira colocada na primeira fase (atrás somente dos grandes Ceará e Fortaleza). Com folha salarial de cerca de R$ 100 mil, o clube convive com as dívidas. Mas paga os salários e os “bichos” em dia, como garante o presidente Paulo Wagner.
- Se passar de fase tem premiação da CBF, que dividimos com os jogadores. Sempre o que vai passando, nós dividimos. Temos prejuízo de R$ 50 mil por mês, e o que sobra nós cobrimos o que já vem sendo gasto. Têm viagens, concentrações... Gastamos muito com isso. O gasto para manter um clube é alto, nem o que a Prefeitura paga dá para cobrir tudo – afirmou o presidente.
- Um jogador de nível médio do Palmeiras, ganha a folha salarial toda do Horizonte. Nosso orgulho é recebê-los e fazer um grande jogo, independentemente do resultado. Já fomos “além do Horizonte”, só de pegar o Palmeiras. É um presente para nós, estamos orgulhosos – completou o prefeito Nezinho.
A cidade de Horizonte passa por período de rápido desenvolvimento. Grandes empresas exportadoras foram erguidas na região e a população tem aumentado, pois recebe muitos cearenses em busca de emprego. Entre 1989 e 2008, passou de 16 mil a 52 mil habitantes. Hoje, são quase 60 mil horizontinos. Para comemorar a ascensão também no esporte, um museu será criado no Estádio – as principais “relíquias” serão dos dois maiores jogos da história do clube: contra o Flamengo, em 2011, e Palmeiras, em 2012.
- Estamos vendendo ingressos a um valor pequeno. Um momento desses, de jogar contra o Palmeiras, é histórico. Ninguém saber quando teremos outro. Tivemos sorte dois anos seguidos, mas temos que ter consciência que o raio não cai três vezes no mesmo canto (risos) – brincou o prefeito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário