Eugenia - é um termo cunhado em 1883 por Francis Galton (1822-1911), significando "bem nascido".[1] Galton definiu eugenia como o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente.[2] Em outras palavras, melhoramento genético. O tema é bastante controverso, particularmente após o surgimento da eugenia nazista, que veio a ser parte fundamental daideologia de pureza racial, a qual culminou no Holocausto. Mesmo com a cada vez maior utilização de técnicas de melhoramento genético usadas atualmente em plantas e animais, ainda existem questionamentos éticos quanto a seu uso com seres humanos, chegando até o ponto de alguns cientistas declararem que é de fato impossível mudar a natureza humana.
Desde seu surgimento até os dias atuais, diversos filósofos e sociólogos declaram que existem diversos problemas éticos sérios na eugenia, como a discriminação de pessoas por categorias, pois ela acaba por rotular as pessoas como aptas ou não-aptas para areprodução. Do ponto de vista do debate científico, a eugenia foi derrotada pelo argumento da genética mendeliana.
NO PASSADO, ACHARAM QUE APLICANDO A EUGENIA, RESOLVIRIA O PROBLEMA DE TODO MUNDO.
EUGENIA FOI UMA TÉCNICA APLICADA PARA CONTROLAR O NUMERO DA POPULAÇÃO, BEM COMO, PARA SERVIR DE IMPULSO PARA O HOLOCAUSTO.
ATÉ NO BRASIL ISSO ACONTECEU:
O Brasil foi o primeiro país da América do Sul a ter um movimento eugênico organizado. A Sociedade Eugênica de São Paulo foi criada em 1918.[7] O movimento eugênico no Brasil foi bastante heterogêneo, trabalhando com a saúde pública e com a saúde psiquiátrica. Uma parte, que pode ser chamada de ingênua ou menos radical, do movimento eugenista se dedicou a áreas como saneamento e higiene, sendo esses esforços sempre aplicados em relação ao movimento racial.
Em 1931 foi criado o Comitê Central de Eugenismo, presidido por Renato Kehl e Belisário Penna. Propunha o fim da imigração de não-brancos, e "prestigiar e auxiliar as iniciativas científicas ou humanitárias de caráter eugenista que sejam dignas de consideração". Medidas que visavam impedir a miscigenação.[8]Higienismo e eugenismo se confundem, no Brasil.[9]
A Revista Brasileira de Enfermagem passa por três fases em relação à eugenia; conceituação (1931-1951), conflitos éticos, legais e morais (1954-1976), e eugenia como tema do começo do século XX (1993-2002). Expressa três categorias de conceitos:
- 1 - luta pelo aperfeiçoamento eugênico do povo brasileiro
- 2 - responsabilidade do enfermeiro em relação ao tema
- 3 - não há solução para os males sociais fora das leis da biologia.
POR AQUI, O PROBLEMA FOI COM OS NEGROS. VEJA AGORA NOS USA:
Nos EUA surgiu a eugenia negativa - aliança entre as teorias eugênicas européias e o racismo já existente naquele país -, que consiste na eliminação das futuras gerações de incapazes (doentes, de raças indesejadas e empobrecidos) através da proibição de casamento,esterilização coercitiva e eutanásia. Como teoria, vicejou no final do século XIX, quando os imigrantes não-germânicos eram mal vistos pelos descendentes dos primeiros colonizadores.
O patrocínio privado à eugenia começou nos EUA, nos anos iniciais do século XX. Financiadores tanto do racismo nos EUA, eram os milionários americanos John D. Rockefeller, Harriman, Carnegie e tantos outros. Ao capital uniram-se cientistas de Harvard, Yale, Princetone Stanford.
Charles Davenport dirigia o laboratório de biologia do Brooklin Institute of Arts and Science, em Cold Spring Harbor, em 1903, e lá ao Instituto Carnegie instalou uma estação experimental de eugenia. Apoiado por criadores de animais e especialistas em sementes que participavam do movimento eugenista, criou em 1909 o Eugenics Record Office, registro de antecedentes genéticos de americanos com que pretendia pressionar o governo a criar leis propícias à prevenção do nascimento de indesejáveis. O estado de Indiana foi o primeiro a legalizar a esterilização coercitiva, seguido por outros 27 estados. Foram esterilizadas por determinação legal, nos EUA, cerca de 60 000 pessoas, metade delas na Califórnia.
O escritório de imigração de Nova York era mantido por doações da companhia Harriman de trens, e submetia imigrantes judeus, italianos e outros à deportação, confinamento ou esterilização.
Em 1912 foi criado o Comitê Internacional de Eugenia, dominado pelos EUA, e o centro em Cold Spring Harbor era base de treinamento de eugenistas do mundo todo.
De 1932 a 1972, foi realizado na cidade de Tuskegee (Alabama), o Estudo da Sífilis não Tratada de Tuskegee, que usou afro-americanosportadores de sífilis como cobaias.
JÁ NA ALEMANHA NAZISTA, O PROBLEMA ERA COM OS JUDEUS, DOENTES MENTAIS, DOENTES CONTAGIOSOS OU HEREDITÁRIOS:
Em 1935 as Leis de Nuremberg proibiram o casamento ou contato sexual de alemães com judeus, pessoas com problemas mentais, doenças contagiosas ou hereditárias, mas em 1933 já era lei a esterilização de pessoas com problemas hereditários e a castração de delinqüentes sexuais, ou de pessoas que a cultura nazista assim classificasse, como era o caso dos homossexuais.
Segundo alguns historiadores a Alemanha Nazista levou as políticas eugênicas ao extremo, porém, segundo outras fontes, acredita-se que o que ocorreu com os judeus durante o Terceiro Reich foi genocídio, e não foi a aplicação de idéias eugênicas que causou o holocausto e sim o ódio racial entre dois grupos étnicos distintos.
O único consenso é que a eugenia foi praticada com alemães que possuiam deficiências físicas ou mentais, através do extermínio, e daesterilização. Entretanto, existem distinções entre as formas de eugenia, como eugenia positiva e eugenia negativa.[4] [5] A eugenia positiva, incentiva pessoas saudáveis a terem mais filhos enquanto que a eugenia negativa impede que pessoas com certas limitações se reproduzam. A eugenia positiva foi praticada também no Terceiro Reich, com a criação de centros de reprodução humana do programa Lebensborn.
AGORA, O ESTADO ALÉM DE TODAS AS SUAS OBRIGAÇÕES COM O POVO, TAMBÉM TEM QUE DECRETAR QUEM DEVE VIVER OU NÃO?
Observando-se do ponto de vista ético, tem-se discutido até que ponto o Estado tem o poder de interferir nas questões reprodutivas dos cidadãos. A comunidade científica sabe que a hereditariedade tem papel importante, porém nunca exclusivo sobre a inteligência de um determinado indivíduo, ou grupos de indivíduos, pois o fator inteligência não é determinado apenas por uma seqüência genética, mas também é influenciado pelo ambiente do indivíduo. Logicamente não podemos afirmar que uma pessoa é menos inteligente do que outra apenas por ela não saber ler. Por outro lado, estudos mais modernos têm mostrado que existem diferentes formas de inteligência (inteligências múltiplas) e que os testes de QI têm valor no mínimo limitado, mas que mostram muito bem a capacidade lógica de um indivíduo.
Apesar de o assunto eugenia sempre por a tona o aspecto cruel da manipulação genética, seria esta talvez uma forma de eliminarmos de vez doenças a muito conhecidas e sem cura por serem doenças genéticas. Doenças bacterianas podem ser tratadas com antibióticos, por exemplo, mas uma doença genética não tem cura, e a única solução para essa doença seria necessariamente a eliminação de seus genescausadores. São conhecidos mecanismos fisiológicos de transmissão e expressão de caracteres hereditários. Também são conhecidos métodos que possibilitam inibir o nascimento de indivíduos com defeitos físicos ou enfermidades. De acordo com a seleção natural, indivíduos com doenças seriam naturalmente incapazes de transmitir seu código genético, no entanto isso não ocorre pois qualquer um hoje pode se reproduzir mesmo sendo incapaz e passar sua carga genética para descendentes. Especula-se que uma possível solução para doenças genéticas seria necessariamente um programa de eugenia.
Em vários países o movimento eugênico inspirou a promulgação de leis que determinavam a esterilização compulsória de portadores de certas doenças hereditárias graves. Como lei, a eugenia nasceu nos Estados Unidos, em 1907.
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