PIETÁ DAVI |
A arte nunca mais seria a mesma depois que os criadores geniais como Michelangelo, Ticiano, Leonardo da Vinci e Rafael revolucionaram todos os conceitos estéticos e brindaram o mundo com obras-primas insuperáveis, arrebatadoras, sublimes,carregadas de emoção e grandeza.
O renascimento foi um avanço na história da humanidade, o divisor de águas que deixou para trás e para sempre as trevas da Era medieval e trazendo ao mundo um revigorante sopro de beleza estonteante; as estátuas parecem ganhar vida, as criações ostentam exuberância, transmitem sentimentos. Uma revolução na pintura e na escultura que também se fez sentir na arquitetura, na literatura, na política e nas ciências, coincidindo com a invenção da bússola e da imprensa, com os grandes descobrimentos e com a afirmação dos estados nacionais.
Mas o renascimento foi, principalmente, a redescoberta do homem como a medida de todas as coisas.
ORIGENS:
O Renascimento começou na Itália e difundiu-se pela Europa.
Irradiou-se pelos países Baixos,Espanha, França, Alemanha e Inglaterra em épocas e intensidades diferentes em cada país. Foi um período histórico de ruptura com o feudalismo e de transição entre a Idade Média e a Idade Moderna.
As origens do Renascimento remontam ao século XII. Ao fim da Idade Média, a Itália era um país sem unidade, dividindo em pequenas
cidades-estados independentes e auto-suficientes. Aos poucos, as cidades do centro e do norte italiano se tornaram muito ricas em virtude da industrialização e do intercâmbio comercial com o Oriente.
As ricas cidades-estados eran administradas por governantes despóticos que encontravam nas letras e nas artes uma forma de manter o prestígio, alimentar a vaidade e ostentar o poder. Esses déspotas passaram a incentivar pintores, admirar a arte, olhar com atenção as nóvas idéias e logo começaram a investir em obras grandiosas: cadetrais, torres, ,palácios.
O fortalecimento ecônomico das cidades italianas fez surgir o personagem de uma nova classe, a quem a tradicional nobreza dos feudos manifestavam absoluto desdém: o burguês. Este se apegava, aos olhos da nobreza, as coisas vis, como ao dinheiro, representando séria ameaça á ordem estabelecida.
O burguês nada tinha em comum com a civilização feudal; suas iniciativas financeiras e empresariais, seus jogos políticos, sua riqueza, seu gosto requintado e sua cultura constituiam uma ruptura com tudo que limitava o homem medieval.
No século XVII, o estilo gótico aos poucos foi cedendo espaço a uma arte que resgatava a escala humana. Giotto é considerado o verdadeiro criador da pintura moderna.
GIOTTO DE BONDONE 1267-1337, RETRATO ANÔNIMO, MUSEU DE LOUVRE. |
HUMANISMO:
O humanismo foi um movimento intelectual que começou na Itália e serviu de base ideológica e cultural para o renascimento.
Ele se caracterizava por uma volta aos valores culturais da antigüidade clássica e um distanciamento da teologia. O homem se tornava a ´´medida de todas as coisa´.
A renascença denunciava a cultura medieval como algo decadente, procurava um homem realmente novo e liberto das instituições feudais. Se na Idade Média prevaleciam os laços de sangue – o homem valia pelo que lhe fora legado pela família – , nos primórdios do Renascimento foram introduzidos novos elementos de valorização humana: a coragem, a eficácia, a inteligência e a capacidade de acumular riquezas. O Humanismo procurava restabelecer o espírito crítico e a plena confiança do indivíduo em suas possibilidades, condições que lhe haviam sido proibidas durante séculos. As grandes realizações artísticas enalteciam as formas humanas.
O passado longínquo de Roma e da Grécia aparecia como um poderoso mito que se desejava fazer reviver. Os teóricos estudavam arte, literatura, filosofia, e mitologia da Grécia e de Roma, traduziam textos de Virgílio, Horácio, Aristóteles, Platão e Eurípides. O latim tornara-se a língua dos sábios e dos literatos.
Realizavam-se grandes escavações, principalmente em Roma, e as esculturas encontradas eram entusiasticamente admiradas.
O Humanismo encontrou as condições ideais para florescer na Itália porque o país mantinha uma vigorosa tradição clássica. Além disso, tinha uma economia urbana e mercantil, em que floresceram grandes mecenas:
MÉDICI, EM FLORENÇA |
CASTELO SFORZA, MILÃO |
GONZAGA, MANTUA |
D'ESTE, EM FERRERA |
PAPADO, EM ROMA |
MONTEFELTRO, EM URBINO |
QUATROCENTO
Florença foi o berço do Renascimento na primeira metade do século XV. É um período chamado Quatrocento, ou Primeira Renascença. A cidade era governada pela família Médici, mecenas exemplares, mas também contava com uma burguesia poderosa e outras famílias que apoiavam as artes, como os Pazzi e os Pitti.
SANTA MARIA MADALENA DE PAZZI |
PALÁCIO PITTI |
PAOLO UCCELLO |
BOTTICELLI |
LEONARDO DA VINCI |
RAFAEL SANZIO |
MICHELANGELO |
O retrato e a paisagem tornaram s- extremamente populares; as formas humanas eram voluptuosamente elaboradas sobre fundos detalhados e delicados.
Contemporâneos de Brunelleschi no período inicial do Renascimento em Florença foram Masaccio, autor de A Expulsão do Paraíso Terrestre, o escultor Donatello, primeiro a produzir uma estátua eqüestre desde a Antigüidade, e Fra Angelico, monge que pintou A Anunciação.
A EXPULSÃO DO PARAÍSO TERRESTRE, O PECADO ORIGINAL |
A ANUNCIAÇÃO |
Esses artistas começavam a reformular a representação do espaço e estudar as proporções com base em leis da geometria e da perspectiva. Paolo Uccello foi outro legítimo representante dessa tendência.
Na segunda metade do século XV, surgiram novas manifestações plásticas; o corpo humano ganhou flexibilidade e os gestos simples foram substituídos por pequenos movimentos elegantes. Os elementos essenciais passaram a ser o movimento, a linha e a anatomia: o naturalismo deu lugar á beleza e á harmonia. Nesse período, destacam-se:
POLLAIOLO |
VERROCCHIO |
SIGNORELLI |
PERUGINO |
CINQUECENTO
O período máximo do Renascimento aconteceu no fim do século XVI, quanto o centro artístico italiano deslocou-se de Florença para Roma. Artistas de todo o país, como Rafael, de Urbino, Michelangelo.
De Florença,e Pietro Bembo, de Veneza, ganhavam a proteção dos papas.
PIETRO BEMBO |
A arte tendia para a simplicidade, e a composição buscava harmonia, simetria e equilíbrio. A figura humana adquiria gestos decisivos, numa construção anatômica cada vez mais perfeita que ganhou surpreendentes efeitos de luz e sombra. O Cinquecento é associado a três grandes nomes: Leonardo da Vinci, Rafael Sanzio e Michelangelo.
O genial Leonardo da Vinci (1452-1519) não era apenas pintor, mas também escultor, arquiteto, inventor, matemático e filósofo. Além disso, a natureza lhe dotou de extrema beleza, voz esplêndida, corpo perfeito, curiosidade científica e um voraz apetite pela experimentação. Tantos atributos lhe causaram alguns problemas. Ás vezes descuidava de seus trabalhos, deixando pinturas inacabadas; noutras fazia experiências temerárias, como em A Última Ceia, na igreja de Santa Maria delle Grazie, em Milão, que quase desapareceu em virtude de tantas inovações que ele fez na preparação dos afrescos.
A ULTIMA CEIA, LOCALIZADA NO CONVENTO DE SANTA MARIA DELLE GRAZIE, EM MILÃO |
A VIRGEM DOS ROCHEDOS |
GIOCONDA, MAIS CONHECIDA COMO MONALISA |
Nascido em Florença, ele estudou com Verrocchio e viveu em Milão e Roma antes de se juntar á corte do rei francês, Francisco I.
Durante quatro anos, entre 1508 e 1512, Michelangelo Buonarroti (1475- 1564) trabalhou naquela que seria sua obra-prima: a pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano. Artista genial, na Capela Sistina ele mostrou domínio total da dificílima técnica do afresco, em que o artista só pode trabalhar enquanto o reboco não seca, o que significa que o trabalho não pode ser retocado.
TETO DA CAPELA SISTINA |
Além dessa monumental obra-prima, Michelangelo é considerado o melhor escultor da Renascença. Suas esculturas mais conhecidas, Davi e Pietá, apresentam figuras monumentais, intensamente humanas, plasticamente perfeitas.
Nascido em Caprese, Michelangelo estudou em Florença, ganhou a proteção do de Lorenzo de Médici e foi para Roma aos 23 anos. Em 1538, voltou á Capela Sistina para pintar o Juízo Final.
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JUÍZO FINAL |
Rafael Sanzio (1483-1520), o grande pintor das madonas, nasceu em Urbino e viveu em Florença, absorvia as influências de outros artistas, especialmente de Michelangelo, e as adaptava á sua estética. Suas composições eram harmoniosas, os desenhos tinham linhas perfeitas e as figuras eram dotadas de beleza serena e suave. Transferindo-se para Roma, onde viveu até o fim de sua vida, Rafael ganhou a proteção de papa Júlio II e, aos 26 anos de idade, uma tarefa e tanto: pintar os afrescos da Stanza, o novo apartamento do papa no Vaticano. Levou três anos para pintar o aposento do papa no Vaticano. Levou três anos para pintar o primeiro aposento, A Stanza della Segnatura, provavelmente a biblioteca do papa. Criador das formas pictóricas que por mais tempo sugeriram a idéia da perfeição, Rafael pintou A Escola de Atenas, Madona da Manhã, Madona Sistina, Madona do Grão-Duque e A Bela Jardineira, entre outras obras-primas.
ESCOLA DE ATENAS |
MADONNA DEL CARDELLINO |
MADONA SISTINA |
MADONA DO GRÃO-DUQUE |
A BELA JARDINEIRA |
Com a morte de Júlio II, o centro artístico da Itália transferiu-se para Veneza onde florescia uma escola pictórica repleta de vida e luz. Seu primeiro grande nome foi Giorgione, mestre no uso das cores caliças e na expressão dos sentimentos humanos. Mais tarde foram revelados Tintoretto, Bellini,Veronese e Ticiano, criador exuberante de formas na plenitude da cor.
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